UMA VISÃO DO CENÁRIO DE SAÚDE DO PAÍS

A atenção à Saúde é exercida fundamentalmente no Brasil pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e deveria garantir a saúde nos termos de equidade, universalidade e igualdade, previstos na Constituição. Porém, a gestão ineficiente, a ausência de planejamento e o subfinanciamento do setor pelo governo, abriu, nas últimas décadas, um enorme nicho de mercado para os planos de saúde privados.

No Brasil, na opinião de alguns estudiosos, o setor de planos de saúde é definido como suplementar, devido à opção de se pagar um seguro privado para ter acesso à assistência médica, mesmo com a manutenção da contribuição compulsória para a seguridade social, que inclui o direito de acesso ao serviço público. Por outro lado, poderia ser classificado de complementar, quando supõe a existência e a limitação do sistema de saúde público. Neste caso, o sistema privado complementa a cobertura de determinados serviços.

Segundo dados da PNAD 98, estimava-se que 38,7 milhões de brasileiros eram cobertos por pelo menos um plano de saúde, correspondendo a 24,5% da população do país (IBGE, 2000). Em 2003, um estudo do PNAD mostrou que esse número havia se elevado para 43,2 milhões de pessoas, correspondendo a 24,6% da população.

Para regular o setor de saúde privado, o Ministério da Saúde cria na década de 90 a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), criando regras, leis e normas, incorporando inúmeros mecanismos, com o objetivo de proteger o usuário e estabelecer parâmetros de atuação para esse mercado. Entretanto, o que se observa, ao longo dos anos, é a intervenção do governo, através do órgão regulatório, de forma arbitrária e deliberada, criando medidas, que mais parecem sansões, para uma fatia de mercado que gera empregos e arrecada impostos. Além disso, o mais grave, observa-se que o excesso de regras e bloqueios financeiros têm levado muitas empresas ao encerramento das suas atividades, despejando, dessa forma, centenas de usuários no tão ineficiente e insuficiente sistema público de saúde. O que me faz concluir que o governo e a ANS caminham na contramão do bom senso e da atual realidade do País. Parecem enxergar o setor de maneira desnecessária ou pouco relevante.

O agravamento da crise econômico-financeira no País tem trazido consequências desastrosas em diversos segmentos. Um deles é o setor da saúde. Com um número cada vez mais expressivo de desempregados, que anteriormente gozavam do benefício de um plano de saúde particular ou corporativo, a carga sobre o sistema público de saúde é cada vez mais significativa. Um dos possíveis caminhos para minimizar esse enorme déficit assistencial seria a implementação de parcerias público-privadas, ou ainda a revisão e posterior redução de medidas que vêm há anos desequilibrando a saúde financeira das empresas operadoras de planos de saúde.

É necessário fazer um enorme esforço para que a atual crise não abale ainda mais a sustentação deste modelo de negócios. E isso exige competência, conhecimento técnico, cautela e criatividade. Como cooperados, temos nas mãos o maior sistema cooperativista de trabalho médico do mundo, com a mais extensa rede de assistência médica do País. O Sistema Unimed está presente em 84% do território nacional, detém 31% do mercado de planos de saúde no Brasil. É composto por 349 cooperativas médicas, que prestam atendimento para mais de 19 milhões de pessoas em todo o território brasileiro. (Fonte – Unimed do Brasil, setembro 2016).

Precisamos, mais do que nunca, ser incansáveis nesta luta e estar atentos à gestão do nosso negócio, que necessita de habilidades específicas, profissionalismo e comprometimento. A União dos Médicos – Unimed, fundada na cidade de Santos (SP), em 1967, se tornou, ao longo dos anos, uma marca de referência na assistência médica.

De acordo com estudo da Brand Finance Brasil, realizado em 2013, a marca Unimed foi avaliada em 1,272 bilhão de dólares (cerca de R$ 3 bilhões), aparecendo na 23ª posição entre as 100 empresas mais valiosas do País.

Precisamos unir forças para não ficar na mão de operadoras onde o comando e o interesse não contribuem para o objetivo coletivo médico.v