Escrito por Carla C. Marçal y Gutierrez e Adriana do Carmo
Sabemos o quanto necessitamos de estratégias pedagógicas eficazes no processo de ensino e aprendizagem, sobretudo quando falamos de crianças com necessidades educacionais especiais. A insegurança e questionamentos de como ensinar e de como elas aprendem nos revelam o quanto precisamos de direcionamento. A pergunta tanto para os pais quanto para os professoresé frequente, o que poderia contribuir paraeficácia da aprendizagem?
Algumas pesquisas e experiências nos mostram que oensino colaborativocontribui positivamente para esse processo. O que é o ensino colaborativo e como ele funciona? Esse ensino consiste na parceria entre o professor do Atendimento Educacional Especializado – AEE e do professor regente, compartilhando regência, planejamento e avaliação no ensino, o que chamamos de bidocência. Os professores desenvolvem o trabalho pedagógico entendendo que todos na classe são diferentes e têm o direito à diferença. Ao mesmo tempo em que todos são igualmente alunos. Ora, a presença de dois professores em sala de aula potencializa os olhares sobre as diferenças, dificuldades e aprendizagem nesse espaço.
O ensino colaborativo é uma proposta pedagógica interacionista e nos faz enxergar uma escola, de fato, inclusiva. E para isso é preciso transformar sua organização, sua estrutura, suas práticas pedagógicas e curriculares. Além de adequar seus espaços e recursos materiais e, sobretudo, capacitar seus professores para atender à diversidade dos alunos.
Assim, para que as concepções de desenvolvimento, de ensino e de aprendizagem aconteçam numa perspectiva interacionista considerando a Educação Inclusiva, é preciso um ensino colaborativo, um trabalho cooperativo, entre o professor da turma comum, o professor especializado, os estudantes,a equipe técnica e a família.
É neste aspecto que propomos uma reflexão sobre a aprendizagem de crianças com necessidades educacionais especiais. Um diálogo com atuação coletiva de professores e estudantes em suas diferentes performances e diferenças, no fazer efetivamente em colaboração. Precisamos pensar novas práticas e nos aperfeiçoarmos cada vez mais em prol de uma educação mais democrática, inclusiva e de qualidade.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BEYER, Hugo Otto. Pioneirismo da escola (modelo) Flämming na proposta de integração (inclusão) escolar na Alemanha: aspectos pedagógicos decorrentes. Revista Educação Especial. Universidade de Santa Maria/ Cascavel. n. 25, 2005, p. 9 – 24.
BRAUN, P.; VIANNA, M. Atendimento educacional especializado, sala de recursos multifuncional e plano de ensino individualizado: desdobramentosde um fazer pedagógico. In.: PLETSCH, M. D. & DAMASCENO, A. (orgs). Educação especial e inclusão escolar: reflexões sobre o fazer pedagógico. Seropédica, RJ: EDUR, p. 23-34, 2011
CAPELLINI, Vera Lúcia Messias Fialho; MENDES, Enicéia Gonçalves. O ensino colaborativo favorecendo o desenvolvimento profissional para a inclusão escolar. Revista de Educação. UNIOESTE/Campus Cascavel. v. 2. n.4 jul/dez, 2007, p. 113-128.
GLAT, R.A educação especial no contexto da escola inclusiva: diretrizes políticas e ações pedagógicas. Relatório Prociência. Rio de Janeiro, 2010.
MENDES, E. et al. Ensino colaborativo como apoio à inclusão escolar: unindo esforços entre educação comum e especial. São Carlos, SP: Ed. UFSCAR, 2014.
PIAGET, J. A Construção do real na criança. Rio de Janeiro, Zahar, 1970
PLETSCH, M. D.& DAMASCENO, A. (org.). Educação especial e inclusão escolar: reflexões sobre o fazer pedagógico. Seropédica, RJ: ed. UFRRJ, 2011.
PLETSCH, M. D. Educação Especial e inclusão escolar: políticas, práticas curriculares e processos de ensino e aprendizagem. Poíesis pedagógica. Catalão-GO, v.12, n.1, p. 7-26, jan/jun. 2014.
VIGOTSKI, L. S. A Formação social da mente: o desenvolvimento dos processos psicológicos superiores. 6. ed. Coleção Psicologia e Pedagogia. SP: Martins Fontes, 1998.