O ENCONDROMA

O encondroma é um tumor benigno caracterizado pela formação de cartilagem madura, sem as características de malignidade do condrossarcoma, que é um tumor também de linhagem cartilaginosa.

Os tumores cartilaginosos benignos são frequentes. Em geral se desenvolvem na parte central do osso (encondroma), embora em algumas ocasiões possam localizar-se na periferia dos ossos (condromas justacorticais). A lesão pode ser solitária (encondroma solitário) ou formar parte de uma encondromatose múltipla, que afeta vários ossos. Aparecem como lesões líticas, principalmente nos ossos das mãos e dos pés, e com menor frequência nas costelas e nos ossos longos. São os tumores benignos mais comuns das mãos.

Os encondromas frequentemente são achados em exames. São lesões benignas latentes que são diagnosticadas devido a radiografias realizadas por outros motivos. Raramente os pacientes relatam dor local. Quando há o sintoma de dor, deve chamar atenção para possível malignização do tumor. Nas falanges dos pés e das mãos, nos metacarpos e nos metatarsos, a presença do encondroma é frequentemente descoberta devido a uma fratura patológica, geralmente após trauma leve. Esse tipo de tumor deixa o osso mais propenso às fraturas, pela lesão provocada na medula óssea.

As radiografias podem não mostrar o tumor na sua fase inicial. Enquanto nas fases mais avançadas mostram uma área lítica, ovoide de rarefação, que afila e insufla o osso.

Não costuma haver reação de grande escala no osso, pois são benignos. Nos ossos chatos e na coluna vertebral, a tomografia computadorizada irá proporcionar a visualização dos detalhes da lesão, entre eles o aspecto tumoral e a extensão de osso acometida. A ressonância magnética é de grande valia para um estudo pré-operatório, se o caso for cirúrgico.

Com o crescimento ósseo, o encondroma lentamente aumenta de tamanho; após a maturidade do esqueleto os encondromas costumam permanecer estáticos, transformando-se em lesões benignas latentes. Na vida adulta, a degeneração maligna pode ocorrer, havendo a transformação em condrossarcoma secundário e o tratamento é com cirurgia de ressecção, com margens seguras.

De uma maneira geral, o tratamento dos encondromas é realizado através da curetagem e enxertia. Nos ossos longos e com risco de fratura após a curetagem, torna-se necessário o preenchimento da cavidade com cimento ósseo. A cirurgia realizada é geralmente suficiente e as recorrências são raras. As fraturas muitas vezes podem levar a um espessamento das corticais e com isso a lesão pode se tornar assintomática, muito embora dificilmente evolua para cura.

É rara a transformação maligna do encondroma solitário, sobretudo os localizados nas mãos e nos pés; no entanto, esta transformação é mais frequente nos casos de encondromatose múltipla, podendo se transformar em condrossarcoma.