INIBIDORES DE BOMBA DE PRÓTONS E SEU USO COM ANTICOAGULANTES DE AÇÃO DIRETA

Com o uso maciço dos anticoagulantes de ação direta (AAD) na prática médica (Dabigatrana, Rivaroxabana, Apixabana e Endoxabana ou Edoxabana), observou-se que o uso concomitante dos inibidores de bomba de próton (IBP) reduz o sangramento gastrointestinal alto.

Uma grande metanálise foi realizada em três países (Suécia, Dinamarca e Holanda) com um total de 164.290 pacientes, entre 2011 e 2018. Destes, 806 apresentaram hemorragia digestiva em alguma época do tratamento.

Após ajustes estatísticos, observou-se a redução do risco relativo de 38% nos medicados com IBP, em relação aos que não usaram a medicação.

Do ponto de vista absoluto, o efeito protetor foi mais pronunciado nos pacientes idosos com idade superior a 75 anos e mais ainda nos acima de 85 anos.

O escore HAS-BLED igual ou superior a 3 e uso concomitante de antiplaquetários também aumentou de sobremaneira o risco de sangramento.

Concluindo, o uso concomitante de IBP e AAD foi associado com a redução de sangramento gastrintestinal alto.

Esta estratégia deve ser considerada nos pacientes com fibrilação atrial, pelo longo tempo de tratamento, nos muito idosos, naqueles com HAS-BLED alto e nos que usam antiplaquetários.

Referência:

  1. Komenj et al. Non-vitamin K antagonista oral anticoagulants, próton pump inhibitors and gastrointestinal bleeds. European Heart Journal PMID: 34340993 DOI: 1136/heartjnl-2021-319332

AUTOR: Mauricio de Souza Rocha Junior