Rosângela Bello faz balanço sobre as pastas da Saúde

Em 17 anos de história, o Consórcio Intermunicipal de Saúde da Baixada Fluminense (CISBAF), já passou por algumas mudanças de gestões municipais e estaduais, sempre com muitos desafios a serem superados: falta de medicamentos e insumos, unidades fechadas ou funcionando parcialmente; mas foi a primeira vez, ao longo deste tempo, que os funcionários encontraram-se sem pagamento e afundados na ausência de perspectivas para a regularização. Um cenário muitíssimo difícil de acordo com a Dra. Rosângela Bello, Secretária Executiva do Cisbaf.

“De 47 ambulâncias do SAMU, apenas 12 estavam funcionando, faltava equipe, carros e alternativas para onde transportar as pessoas. Em 11 municípios atendidos pelo consórcio, onde somam-se 3 milhões e 800 mil habitantes, as unidades de emergência disponíveis eram o Hospital da Posse (Nova Iguaçu), o Adão Pereira Nunes (Saracuruna) e o Moacyr do Carmo (Duque de Caxias). As demandas que deveriam ser absorvidas pelas UPAs ou Postos de Saúde estavam de portas fechadas”, lamenta.

Rosângela avalia ainda que a descontinuidade é prejudicial porque, para o fim das atividades, basta selar uma porta, mas a retomada depende de fatores como licitação e reorganização do serviço, o que leva um tempo, pelo qual a saúde da população não pode esperar. “O grande diferencial é que os novos prefeitos também tinham essa visão de urgência e, ainda em dezembro, começaram a se reunir e a pensar em transição”, destaca.

Para Nova Iguaçu especificamente, a mudança de gestão provoco

u logo de início ganhos sensíveis. O Prefeito Rogério Lisboa montou uma equipe gabaritada, com ampla visão em saúde pública, devolveu a Maternidade Mariana Bulhões à baixada, direcionou insumos para as demais unidades e montou um cronograma, que tem sido obedecido, na reabertura dos equipamentos fechados. Mas toda a iniciativa foi além desses limites municipais, Rogério Lisboa, que também lidera hoje o CISBAF, foi a Brasília, conversar pessoalmente com Presidente Michel Temer sobre as dificuldades dos custeios em geral, mas, sobretudo do Hospital da Posse.

VISTA PARA O FUTURO

Se por um lado, o SUS é um caminho rochoso que a população conhece (e sofre) bem de perto, por outro, a crise também atingiu em cheio os planos de saúde, que não trilham mais uma relva com flores, perdendo muitos clientes. O resultado disso são consultórios particulares ociosos e emergências públicas cheias. E foi neste terreno que o CISBAF viu um terreno fértil.

“Um modelo de grande sucesso em Minas Gerais e no Paraná são as parcerias com os consultórios, clínicas de exames e outros equipamentos para diagnósticos de saúde. O consórcio faz uma tabela, em parceria com os gestores de cada município. Os valores precisam ser estudados e acordados, mas não chegam ao que seria pago pelo Plano de Saúde e são mais atrativos do que a tabela SUS. É vantagem para as prefeituras, que não precisam custear altos valores de RH; para os pacientes que serão atendidos com maior agilidade; e para os médicos, que voltaram a preencher sua agenda”, explica a Secretária.

Rosângela continua informando que parte importante desse projeto é o cronograma de pagamento para quem aderir: A idéia é que cada município tenha seu agendador e cada um deles terá sua cota mensal a preencher, de acordo com os repasses das prefeituras. Assim sendo, haverá um planejamento anterior junto às Secretarias de Saúde. A prefeitura que não honrar com o pagamento terá a agenda suspensa até a regularização. No entanto, em caso de algum município não saldar essa dívida, isso não irá influenciar o repasse dos consultórios, pois essa administração será de responsabilidade do CISBAF, o qual está planejando uma parceria com o Estado para que se mantenha um fundo de investimento. Além disso, todo ano será liberado um cronograma de pagamento, assim, os médicos saberão a data limite para entrega dos atendimentos, bem como, será do conhecimento dos profissionais a data do repasse.

“Nova Iguaçu, por exemplo, é um grande foco de especialistas, de clínicas de diagnósticos, de centros histopatológicos. Será uma parceria muito saudável, com foco em resultados”, conclui.

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