O Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro está cada vez mais preocupado com a administração da Saúde no estado e no país, principalmente com as convicções e planos de Ricardo Barros, o Ministro sem compromisso com a Saúde. Durante audiência pública realizada no Cremerj no último mês, Barros esgotou qualquer possibilidade de diálogo conosco e com o corpo clínico de todos os hospitais e institutos federais do Rio, em conversa truculenta e desrespeitosa.

A reunião com o Ministro foi agendada após um pedido da Frente Parlamentar da Câmara dos Deputados de Brasília e teve participação de representantes dos conselhos profissionais, de médicos e demais funcionários que atuam nas unidades de saúde, além dos secretários estadual e municipal de Saúde da capital. O que se viu por parte de Ricardo Barros foi uma postura arrogante e declarações polêmicas e injustas, inclusive com a população fluminense.

O mandatário da pasta nos surpreendeu de forma negativa ao fornecer dados absurdos sobre os hospitais federais, reafirmando que não fará a renovação dos contratos temporários por não existir falta de equipes nas unidades, mesmo após o relato de uma série de problemas encontrados durante fiscalizações do Conselho e de reuniões com o corpo clínico. Além disso, é importante lembrar que o orçamento federal para 2018 no Congresso Nacional prevê uma redução de 14% no orçamento para Saúde. Isto, somado à aprovação da Emenda Constitucional 95 (EC95), que congela o investimento no setor por 20 anos, é motivo de consternação.

Estamos convencidos de que o Ministro, que é engenheiro, desconhece a realidade dos hospitais e a necessidade da população. Ricardo Barros só vê números e, ainda assim, números que não condizem com o que vemos nos hospitais e institutos; e nega-se a conhecer o cenário da Saúde no Rio de Janeiro e as demandas dos profissionais. O déficit de recursos humanos e a deficiência da regulação de pacientes, que causam o agravamento do desmonte das unidades federais, são públicos e notórios. Menos para ele.

Faltam ao Ministro condições mínimas, como atenção, educação e discernimento, para ocupar tal cargo. O Cremerj está em meio a uma ação na Justiça federal, que reivindica a renovação dos contratos temporários da União enquanto os concursos públicos não são realizados.

Na esfera estadual, a situação também é grave. O governo permanece sem aplicar os 12% do orçamento que são destinados à Saúde. Atualmente, o Conselho move duas ações, uma na Justiça estadual e outra na Justiça federal, exigindo a regularização da verba.

Já no município do Rio de Janeiro foram retirados R$ 547 milhões do orçamento da Saúde em 2017, o que afeta diretamente o atendimento à população da Baixada Fluminense. Com menos dinheiro investido, o número de profissionais contratados cairá e os recursos ficarão ainda mais escassos. O que terá que acontecer para as autoridades responsáveis nos ouvirem?

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